Cerca de 450 pessoas, entre engenheiros agrônomos, profissionais ligados ao agronegócio, produtores rurais e convidados, participaram na última sexta-feira (16) de uma palestra com o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, o engenheiro agrônomo e doutor Roberto Rodrigues.
O evento foi promovido pela Sociedade de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Alto Irani-Seai e a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Alto Irani-Aeagri, em alusão do Dia do Engenheiro Agrônomo, que no Brasil é comemorado no dia 12 de outubro, conforme Decreto Federal nº 23.196, de 1933.
Segundo o presidente da Seai/Aeagri, o engenheiro agrônomo Juliano Tonial, a agronomia tem relevância histórica no Brasil, sempre relacionada à necessidade de implementar mudanças no cenário do agronegócio. “A ciência agronômica no Brasil surgiu da necessidade dos produtores rurais em reverter um quadro de decadência da produção da cana-de-açúcar e da pecuária, em virtude da falta de mão de obra escrava e do surgimento de novas culturas impulsionadas pelo mercado internacional. Em 1859 foi criado o Imperial Instituto Baiano de Agricultura, com o objetivo de capacitar um profissional para reverter esse quadro. A partir de então começaram a surgir diversas escolas de agronomia”.
Para Tonial, ainda hoje o trabalho do engenheiro agrônomo é pouco valorizado, apesar de sua grande importância. “A profissão do engenheiro agrônomo só foi regulamentada 74 anos depois a criação do Instituto. Ainda hoje, encontramos propriedades rurais que não possuem a assistência técnica de um agrônomo, perdendo produtividade e competitividade. São poucas as políticas públicas de valorização do homem do campo, com escassas iniciativas de apoio técnico por parte do poder público”.
O palestrante, doutor Roberto Rodrigues, apresentou números que mostram essa realidade, quando relata que “na visão do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura-FAO o Brasil figura entre os cinco países com maior potencial econômico, utilizando critérios como população, território e PIB, e mesmo com graves problemas de logística, falta de políticas públicas eficientes, políticas comerciais, investimento em tecnologia, mas principalmente, falta de organização e comunicação do poder público para o agronegócio, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico–OCDE faz uma projeção de crescimento da produção brasileira em 40% até 2020”.
(Ass. Com./VSD Marketing & Comunicação)